quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Copo de Whisky

Despedaçado o copo de Whisky, chove sangue na minha mão encharcada.
Encharcada é a minha face com lágrimas estampadas.
Estampadas na mesa do bar plenamente.
Plenamente enxuguei-me com o guardanapo molhado.
Molhado de tinta e de versos,
Que molhou o meu rosto inundado.
Inundado de mágoas e de infinitas madrugadas de silêncio.
Silêncio foi à causa daquele amor.
Amor, outrora, despedaçado.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Soneto secreto para as ausências suaves

Tal como a curva rege a claridade
E a onda tempera o sal do oceano
Simples como a estrela é o encanto
De ter-te ao meu lado pela mocidade

E mesmo que apenas por algumas tardes
Tardei vadio desfrutando tua essência
Dos versos que canta brotavam hortênsias
Retida em teus olhos um quê de saudade

Se misturas no corpo a alma e a decência
Angustia e pudor na vogal da prudência
E um breve sorriso de quem vive com pouco

Pois Rafaela, há de chamar-me louco
Mas teu pouco é suave e é tanto
Que o excesso é vazio na tua ausência

Feito pelo Dremelga Diogo Testa, no amigo secreto, em nossa confraternização dremelguiana. Te agradeço por essas palavras.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Uma relação...

Escarre Música
Lamba o meu inconsciente
Produza o chorume que nutre os meus pensamentos
Crie ventres para abrigar a dor
E faça nascer o vazio
O vazio de todos
O vazio do Eu
Mencione no tempo fétido
Os seus desejos
Beijos
Brios
Rios
Eu te escutarei
Lentamente respire movimentos
E faça surgir pandemias de risos
Eu preciso
Quero ser tola
Você não me entende!
Só as folhas secas me compreendem...
Só elas tocam-me suavemente
Não discutem qualquer relação
As folhas secas são a espinha dorsal do meu ser desiludido.