domingo, 20 de dezembro de 2009

Entardescendo
Escarrei
Escárnio!
Escutando
Escassa o meu
Eustácio...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Auditoria...

Dentre os palms descobri
O silêncio dos números
A nudez dos valores
O onirismo dos vendedores.
Às vezes, os meus olhos se encontravam
Com os sorrisos das crianças
Nas praças de alimentação.
E outras vezes, as vozes se confundiam com a solidão.
A cadência dos passos
Roubava-me a inconstância
E o ritmo revelava os segredos dos corpos .
A observação dos auditores
Enraizava-se nos aspectos operacionais.
E no mar lúdico,
O grupo vencedor mergulhava em seus dias de folga.
A presença firme e a paciência dos auditores unificavam-se no instante do rodízio.
Espero que a nossa amizade ultrapasse o ponto de equilíbrio.

Beijão Galera!

terça-feira, 14 de julho de 2009



A esperança não evaporou
As rugas brilham como as pequenas flores do juazeiro
Sobrevivendo a seca da dor.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Pérola do Taiti

A arrogância
Pretensão
E soberba
Destrói o lustre de nossa amizade
De pérolas únicas e negras
O meu mundo se esgota sem paciência
E o vento leva esta dor emudecida
Em um único rastro feito de seda fina
As minhas lágrimas fluem
Desta agonia na face
Vendo os teus risos propensos à crueldade
E essas gotas salgadas se transformam em pássaros
E se inoculam entre os meus longos dedos.
O inicio de tudo fenece com você
Por causa de seus preconceitos-proféticos
A sua incrível falsidade sempre se apresenta com destreza
Essa sua ausência de credo
Deixa marcas de rachaduras nas plantas dos meus pés.
Eu já tomei a minha decisão
Vou desafiar os seus passos
Soberanos e petrificados
Vou desafiar esta sua altivez ousada dos lábios.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Vida de Circo

Respeitável público!
Desde o Circus Maximus aos nossos dias
O brilho ludibriante pestaneja veemente como uma praga
Os palhaços enriquecem as gargalhadas
Com as promessas
Com a pantomima diplomática
Enchem-nos de fantasias na criação de um admirável mundo novo
Ou, talvez seja a criação de um picadeiro perfeito para a nossa vida de circo
Um mundo de risos... Cores... Contorcionismos...
Malabarismos... Adestradores... Domadores...
E uma lona colorida circundando a nossa ignorância
Os nossos sonhos são embaralhados pelo mágico versátil
E os cuspidores de fogo atentam para a continuação do espetáculo
A platéia se diverte com o grupo dos “Assaltimbancos do cofre público”
Esses ilusionistas com os seus poderes sobrenaturais usam artimanhas...
Truques... E a magia...
Alguns artistas usam tecidos feitos com as nossas crenças unidos pelo nó da procissão elitista
Outros aparecem e desaparecem como o “Rei das Fugas”
Levando as nossas ricas primícias.

domingo, 17 de maio de 2009

Eu quero caminhar e sentir a areia impregnada nos meus dedos.
Eu quero dizer que essa areia é tão forte que me puxa para o mar.
Eu quero entrar no mar e sentir o toque da água por todo o meu ser.
Eu quero submergi-lo.
Eu quero neste tempo não sentir mais a terra.
Eu quero que a água salgada desse mar suavize os meus movimentos.
Eu quero beijar o mar.
Eu quero ressurgir em frente ao sol com uma respiração profunda.
Eu quero que essa respiração profunda seja uma satisfação.
Eu quero que essa satisfação dure até o próximo encontro.
Eu quero que as gotas de água no meu corpo e os raios de sol que me atingem se unam e se amem, enquanto, eu retorno para a beira da praia.
Eu quero poder querer sentir isso, como se fosse a última imaginação.

domingo, 26 de abril de 2009

Os escritores

A única coisa limpa e livre que existe no ser humano são os olhos.
É indizível a sua última palavra.
São sábios, nem as perfeitas mãos podem narrar os sentimentos com tal beleza como os olhos, eles conseguem escrever com total clareza.
Escrevem sobre as dores.
Escrevem sobre as alegrias.
Escrevem sobre os medos.
Escrevem sobre o mundo interno.
Escrevem sobre a chuva vestindo um belo rosto.
Escrevem sobre o frequente amor encardido.
E até escrevem sobre o horror pairando nas pontas dos dedos.
Sobre a violência que sofre o espírito ao escarrar a raiva.
Sem dúvidas os olhos são os melhores escritores que já conheci.
Escrevem até sobre o que muitos outros escritores não conseguem entender, como:
“O alienante motivo que os prendem a ação de escrever”.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Matam-me aves.
Matam-me de inveja.
Vocês em compassos voos se libertam.
Mata-me andorinha.
Mata-me alteza.
Vocês em união gastam tanta beleza.
E os meus cabelos só se libertam quando voam por uma devida boca vermelha.
Matam-me.
Matam-me.
Não aguento.
O voo eterno sinaliza a minha vida limitada.
Só me liberto quando sinto a força das tuas asas.
Os meus pés prendem-se em suas penas
E as andorinhas sorriem de minha grande inocência.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Santa Cruz

As cores em uma supremacia
Define a minha emoção
Branco
Preto
E Vermelho
Tricolor de alma e coração

Não tenho arrependimentos ou raiva
Essas três cores simbolizam a minha garra

A cobrinha com muita astúcia
No campo ela reina
Mesmo na quarta divisão
E com uma presença prejulgada
Ela assusta o outro time quando entra na jogada

Com tanta determinação
A torcida grita em um tom alto e uníssono:
Santa Cruz é Campeão!

Mesmo ganhando ou perdendo
Os torcedores se identificam
Com uma camisa aguerrida
Estampando admiração

Quando a cobra mostra a sua sagacidade
Deixa cambaleando os rivais no campo
Ganhando o tempo com a bola
Quando entra na rede e se segue o gol
Descreve a vitória
Do Santa Cruz
Sempre, sempre, na sua infinita glória.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O desenho

A vida é um súbito que quando chega irradia o obscuro.
E quando vai precipitadamente, queima o desenho feito no papel que compõe uma família rabiscada com traços embaraçados, mas unindo perfeitamente as mãos do pai, da mãe, e do filho. A vida parecia uma ciranda sorrindo para os olhos coloridos cheios de esperança do menino riscando ao fundo do papel branco. Branco como a paz. Mas, sucumbida pela cor vermelha escarlate da violência brusca que roubava o seu pai, como se fosse uma borracha lhe apagando cruelmente, findando com a alegria envolvente dos trêmulos rabiscos feito do lápis colorido pelo menino no seu primeiro ímpeto em contato com o papel criando a família perfeita. E o estilete que cortava o seu lápis, quebrou o elo da ponta da grafita com a madeira que a segurava fortemente. Finalmente acabava com o desenho da tão sonhada família que o menino desejava. O pai não estava terminado naquele papel. A violência decidiu assim.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Carlinhos

Bate e pula como a bola.
Gira e cai sem desânimo, é esta criança brincando.
Raios do sol batendo nas águas da cachoeira e os seus gritos jubilosos por trás do arco-íris colorindo a sua festa.
Perguntas sobre tudo, e nem tudo sei te responder, mas sente-se aliviado por não ser o único a não entender.
Pequeno, calado e observador. Mas, feliz é esta criança descobrindo as guloseimas na cozinha que a sua mãe fazia para a sua alegria.
Pião girando, pipa voando.
É a sua imaginação pedalando até a criatividade que se desperta como a força do crepúsculo de sua fantasia.
Balanças,
Balanças e
Balanças.
Até ouvir o canto do passarinho:

" Vem brincar comigo Carlinhos, porque hoje é domingo.
Vem voar comigo Carlinhos, porque o céu está a segredar baixinho.
Vem cantar comigo Carlinhos, porque à noite vem vindo.
Vem dançar comigo Carlinhos, porque este sonho está se esvaindo.
Vem amar comigo Carlinhos...

Porque a rua onde tu moras é escura e triste. E o chão ao qual te deitas é frio e sujo. E as pessoas que passam por ti não olham nos teus olhos padecidos."

Todos os dias Carlinhos tem o mesmo sonho, até o passarinho o trazer para a realidade.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Um abraço

Descobri a importância do abraço numa situação muito infeliz.
Uma situação de morte.
Parece ser incompreensível este tipo de alusão.
Acontece quando perdemos uma vida que completa a nossa existência Refiro-me a esta lembrança ausente do abraço que não foi vivido.
Sempre que te abraçava, eu me desdobrava desta inconfundível imobilidade e apreciava as batidas do seu coração unidas ao meu peito, dançava em seus braços e me tornava única nestes breves instantes do cingimento. E quando nos distanciávamos, víamos mutuamente como aquele abraço chegava ao fim liberando uma substância de contentamento permanente.
E a percepção do abraço não se tornava somente um cumprimento, mas a soma da felicidade que nos alimentavam. Eu sentia uma sensação infinita quando os seus braços afortunados me acolhiam tão solenemente.
Eu desejei tanto sentir isto novamente, antes de sua partida.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A passagem

Como é triste não poder sentir a companhia De uma frase amiga em momentos de euforia. Porque a tristeza invade o som da minha bela melodia. E ela me acompanha nos rumos Em que o vento sopra esses grãos de rebeldia. Chamaria a minha desilusão de: Pura essência da minha própria covardia. Essas mãos com as quais me banho Me dizem em uma triste sinfonia Que a água que me embebeda Ao correr em minha pele Não é nada mais do que o choro do pessimismo preso Na serena face da criatura mais sofrida. E a vida me prende no desassossego desta crise doentia. Esta vida fornece a luz para o lampião, Em sua jornada diária, porque os pobres não encontraram O fornecimento da claridade nas lâmpadas em terras já evoluídas. E a escuridão ocupa essas casas Mas o lampião sustenta a luz como se fossem asas Abrigando a vida das aves em sua tristeza de voar solitário. Até que encontra um bando que segue no céu Formando o sorriso que nasce ao término da tristeza finda. E a união dos pontos cria uma linha feliz Nas nuvens do céu por onde passa este revoado.